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Religiosos que atuam no Pantanal cobram do governo ações imediatas de combate aos incêndios

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‘O urgente desafio de proteger nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca do desenvolvimento sustentável’. Essa afirmação expressada pela deputada federal Professora Rosa Neide (PT), baseada na carta encíclica Laudato Si, do Papa Francisco, deu a linha da sexta audiência pública virtual realizada nesta quinta-feira (08), pela Comissão Externa da Câmara dos Deputados, destinada a acompanhar e promover estratégia nacional para enfrentar as queimadas em biomas brasileiros.

Representantes de Organismos Eclesiásticos, Pastorais e de Direitos Humanos que atuam no Pantanal foram ouvidos pelos membros da Comissão e puderem expressar seu olhar sobre o que tem ocorrido no bioma.

Ao corroborar a fala da deputada, o pastor Teobaldo Witter do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic) disse que “ao ser humano nos cabe cuidar da Casa Comum. Somos partes da criação e não donos da criação. Temos que cuidar da nossa terra, nossa natureza, nosso povo mais simples e das comunidades”, afirmou.

O bispo da Diocese dos municípios de Rondonópolis (MT) e Guiratinga (MT), Dom Juventino Kestering, também concordou com a deputada e destacou que a população precisa se conscientizar para a preservação do meio ambiente. Sobre o Pantanal informou que ao longo de seu serviço pastoral em comunidades tradicionais do bioma tem verificado cada vez mais a seca dos rios, o desmatamento das matas ciliares, o lixo e, este ano, as queimadas.

Dom Juventino saudou a preocupação da Comissão Externa com a emergência porque passa o bioma e cobrou ações imediatas e planejamento para reversão da degradação atual. Para o religioso, é necessária atuação conjunta dos governos e da sociedade visando o progresso econômico do Estado e do País, mas com sustentabilidade ambiental, proteção das nascentes dos rios que formam o bioma, plano de prevenção aos incêndios e brigadas permanentes de combate ao fogo.

A representante da Comissão Pastoral da Terra (CPT), Valéria Santos, cobrou investigação. “Temos que combater esses crimes. Essas queimadas não são naturais são crimes. A Polícia já aponta para este fato. A boiada infelizmente está passando e causando danos irreversíveis ao nosso país”, criticou. Valéria também pediu atuação da Comissão Externa diante do que chamou de crimes cometidos por grileiros na Floresta Amazônica. “Invadem as terras públicas expulsam populações locais, principalmente na Amazônia, derrubam e colocam fogo”, denunciou.

Professora Rosa Neide informou que a questão fundiária nos biomas do País, principalmente a paralisação: da reforma agrária, das demarcações de terras indígenas e do reconhecimento de terras quilombolas e de povos tradicionais também estão no escopo das tratativas da Comissão.

Rios voadores

Para o padre Marco Antônio Ribeiro da Diocese de Corumbá (MS), a maior seca dos últimos 47 anos no Pantanal, combustível para os maiores incêndios da história do bioma tende a se repetir nos próximos anos ‘caso não seja interrompida a acelerada devastação da floresta amazônica’.

“É da floresta que vem os rios voadores que alimentam de chuvas nossa região e os rios que formam o Pantanal, mas estão devastando a floresta para expandir pastagens e monoculturas, assim destruindo o sistema dos rios voadores. Estão acabando com as chuvas em nossa região”, disse. Padre Marco Antônio criticou também o que chamou de queimadas criminosas no Pantanal para extensão de pastagens. “Estão transformando nosso Pantanal e Pastanal”.

Preservação do bioma

O representante da Comissão Brasileira de Justiça e Paz, Paulo Roberto Maldo, disse que a Comissão precisa debater e apresentar saídas para projetos que visam a construção: de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) nos rios do Pantanal e da hidrovia no rio Paraguai. “Precisamos apagar os incêndios agora e continuar na luta pela preservação do Pantanal. Por isso não podemos aceitar que esses projetos continuem, pois causarão mais impactos do que já estamos vivenciando”, disse.

Maldo também cobrou debate sobre a atividade do garimpo no entorno do bioma, a questão do lixo e dos agrotóxicos que chegam à planície alagável proveniente das grandes cidades e das plantações de monoculturas no planalto pantaneiro.

Na avaliação do professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e religioso, Luiz Augusto Passos, “o universo sofre neste momento pela violência dos interesses pessoais, que colocam o lucro financeiro acima dos interesses do planeta, da natureza”. Nesse sentido Maldos destacou que ‘as igrejas e comunidades pastorais precisam fazer o debate e a conscientização sobre a preservação dos biomas, da nossa casa comum’.

Durante a intervenção dos parlamentares, o deputado Nilto Tatto (PT-SP) agradeceu aos palestrantes pelo que chamou de denúncia profética. ”Vocês foram as vozes daqueles que não tem voz no bioma do Pantanal. Das plantas e animais que estão sendo dizimados, mas também daqueles que não aparecem na mídia, dos quilombolas ribeirinhos e indígenas. Vocês fazem a denúncia com coragem e nos apresentam saídas e soluções”, elogiou.

Para o deputado Célio Moura (PT-TO), “essa Comissão Externa é a mais importante em atividade no Congresso Em fevereiro alertei em discurso na Câmara para as queimadas na Amazônia. E percebemos que em 2020 a situação está pior que 2019, pois todos os biomas estão em chamas, com o Pantanal sendo o mais atingido. Com Ricardo Salles no Meio Ambiente e Bolsonaro na presidência a situação continuará se agravando. Mas aqui no Parlamento Brasileiro nós faremos a nossa parte. Lutaremos contra essa política de destruição dos nossos biomas”, disse.

A audiência ainda contou com participação dos deputados: Paulo Teixeira (PT-SP), Ivan Valente (PSOL-SP), Tulio Gadelha (PDT-PE), Merlong Solano (PT-PI), Professor Israel Batista (PV-DF), Vander Loubet (PT-MS) e do senador Wellington Fagundes (PL-MT), que coordena Comissão Externa com mesmo tema no Senado.

Volney Albano

Assessoria de Imprensa

Deputada Federal Professora Rosa Neide (PT-MT)

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