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Bolsonaro reduz auxílio emergencial para R$ 300,00 – lutaremos para manter em R$ 600,00

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Fila para saque do auxílio emergencial na agência da Caixa Econômica da Rua Barão de Melgaço, centro de Cuiabá. Foto: João Vieira.

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O Diário Oficial da União (DOU) publicou na última quinta-feira (03), a Medida Provisória (MP) 1.000/2020 editada pelo presidente Jair Bolsonaro, que prorroga o pagamento do auxílio emergencial até dezembro de 2020, no valor de R$ 300,00, metade dos R$ 600,00, que foram pagos entre os meses de abril e agosto.

Trata-se de mais um ato de insensibilidade e desrespeito ao povo brasileiro, por parte do presidente da República. Logo após o governo anunciar o corte de 50% no valor do auxílio, o País vivencia uma disparada no preço do pacote do arroz de 5kg.

Normalmente vendido há R$ 15,00 reais, o arroz passou a ser comercializado por valores superiores a R$ 20,00. Há regiões do País em que o pacote deste, que é o principal alimento da mesa das famílias brasileiras, chega a custar R$ 40,00. Ou seja, os R$ 300,00 anunciados por Bolsonaro não dará para comprar nem 8 pacotes. E como comprar os outros itens da cesta básica?

Pesquisa de preço feita pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Universidade de São Paulo (USP), mostra que a alta do arroz chega a 100% em 12 meses. E não há perspectivas de redução, isso porque produtores e especialistas dizem que os preços devem continuar subindo nos próximos meses.

O óleo de soja e girassol também está em alta nas gôndolas. De acordo com o Cepea, o litro que podia ser comprado em junho por R$ 3,79, em setembro chegou à casa dos R$ 5,69, em média.

A pergunta que não quer calar: como as famílias brasileiras que se encontram desempregadas ou sem nenhuma renda devido aos impactos da pandemia da covid-19 conseguirão sobreviver com um auxílio de apenas R$ 300,00?

É uma vergonha, até mesmo um crime contra a segurança alimentar da população que Bolsonaro tenha reduzido o valor do auxílio. O pagamento de R$ 600,00 já era muito pouco, mas R$ 300,00 é um absurdo.

Por isso, meu mandato, meu partido, os demais partidos de esquerda e siglas que fazem oposição ao governo federal, unidos, travaremos uma verdadeira batalha dentro do Congresso Nacional, para mantermos o valor do auxílio em R$ 600,00. Bolsonaro nunca quis pagar auxílio nenhum à população. Sempre quis deixar o povo à própria sorte, em meio à maior crise de saúde da história.

Foi com muita luta no Congresso que conseguimos aprovar os R$ 600,00 e dessa conquista o povo brasileiro não abrirá mão.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em julho deste ano apontam que 3 milhões de pessoas perderam o emprego durante a pandemia. Ao todo 41 milhões de brasileiros e brasileiras estão sem trabalho.

A taxa de desocupação chegou a 13,7%, o que corresponde a 12,9 milhões de desempregados, ou seja, pessoas que procuraram emprego, mas não encontraram. Por sua vez, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) do IBGE divulgada em 14 de agosto, aponta que outros 28 milhões de brasileiros não buscaram trabalho – sendo considerados como inativos -, mas disseram que gostariam de trabalhar.

Além da gravíssima crise sanitária estamos vivendo uma gravíssima crise social. Somados aos 41 milhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão sem trabalho, o País voltou ao triste Mapa da Fome da Organização das Nações Unidas (ONU), relação de países que têm mais de 5% da população ingerindo menos calorias que o recomendável.

Segundo estimativas do Banco Mundial, até o final de 2020 a extrema pobreza atingirá 14,7 milhões de pessoas ou 7% da população brasileira. Em 2019, 9,3 milhões de brasileiros já estavam nessa triste faixa.

Enquanto isso, temos no Palácio do Planalto um presidente que não possui o menor interesse no bem estar da população. Um Ministério da Economia, cujo ministro ultra liberal Paulo Guedes jogou os desempregados, os inativos e os mais vulneráveis à própria sorte. A tragédia social foi agravada pela pandemia, mas já caminhava a passos largos desde o Golpe de 2016, que legou ao País o desmantelamento das políticas de segurança alimentar e nutricional, criadas pelos governos Lula e Dilma.

O auxílio emergencial foi um alento nesse período pós golpe. Por isso, lutaremos com toda as nossas forças para que o Congresso Nacional mantenha o valor de R$ 600,00. O povo brasileiro não merece continuar sendo massacrado por esse desgoverno Bolsonaro que disponibilizou R$ 1,2 trilhão para os bancos e quer pagar apenas R$ 300,00 aos trabalhadores e trabalhadoras.

Professora Rosa Neide

Deputada Federal (PT-MT)

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