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ENEM 2021 – apesar da interferência do governo prova mantém metodologia crítica

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No primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2021, realizado domingo (21), os estudantes responderam questões das áreas de Ciências Humanas, Sociais e Língua Portuguesa. Também fizeram a redação. Nesse sentido, quero enaltecer o trabalho dos servidores do Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), que apesar de terem sido obrigados a mudar 24 questões da prova devido ao controle ideológico do atual governo, conseguiram manter uma prova técnica.

Como coordenadora do Grupo de Trabalho (GT) da Câmara dos Deputados, destinado a acompanhar a realização da prova do ENEM e investigar as denúncias feitas pelos servidores, estive no domingo do lado de fora de locais de prova, em Cuiabá, Mato Grosso e pude verificar que a chegada dos estudantes ocorreu normalmente. Em todo País a prova ocorreu sem grandes intercorrências. Entretanto, precisamos apurar relatos de troca de aplicadores do exame, por supostamente não terem sido aprovados pela Polícia Federal.

Após a realização da prova pudemos verificar que as questões abordaram as temáticas indígena e negra no Brasil, a questão da escravidão, do racismo, das minorias, e da realidade social do País. A redação tratou da questão do acesso ao registro civil no País. Ou seja, apesar da relatada interferência externa, e da mudança de questões, os servidores do INEP mantiveram-se fiéis ao Banco Nacional de Itens (BNI), para confecção da prova e trouxeram um tema de redação condizente com a realidade atual.

Apenas 3,1 milhões de estudantes se inscreveram para realizar o ENEM 2021, número muito abaixo dos 7,8 milhões de inscritos em 2013, recorde do exame, e bem abaixo dos 5,8 milhões de 2020. Somente em Mato Grosso, houve uma queda de 30% de inscritos este ano, se compararmos com 2020.

A ausência de estudantes que se inscreveram e não foram realizar a prova no domingo também é uma preocupação. De acordo com o próprio Ministério da Educação, a abstenção foi de 26%.

Apesar do ministro Milton Ribeiro ter dito à imprensa que o ENEM foi um sucesso e que não houve interferência do governo, pudemos observar que as questões não abordaram o tema da pandemia de Covid-19 e da volta da fome ao País. Muitos estudantes não se inscreveram por não terem tido aulas online, devido à ausência de investimento público.

Contudo, a metodologia crítica da prova foi mantida. Por isso, reforço que apesar das bravatas de Bolsonaro, os servidores garantiram a segurança da prova. O presidente da República deixou a sociedade preocupada e os estudantes apreensivos, mas a vigilância dos servidores do INEP, da Câmara dos Deputados e da sociedade garantiram a integridade do ENEM.

Sigamos todas e todos atentos. E após a realização do último dia de prova no próximo domingo (28) daremos continuidade as investigações para identificarmos os responsáveis pela tentativa de interferência no ENEM e fragilização do INEP.

Professora Rosa Neide

Deputada Federal (PT-MT)

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