Deputada Rosa Neide assina pedidos de CPI para investigar Moro e Bolsonaro
A deputada federal Professora Rosa Neide (PT-MT) assinou como proponente nesta segunda-feira (27), dois pedidos de abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para apurar os crimes praticados pelo presidente Jair Bolsonaro e pelo ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Os pedidos estão em fase de coleta de assinaturas para serem protocolados na Câmara.
A primeira CPI intentada é para investigar a tentativa de interferência do presidente Bolsonaro na Polícia Federal (PF), em busca de proteger a si próprio e seus familiares de eventuais investigações, conforme denunciou Moro em coletiva de imprensa na sexta-feira (24), ao anunciar seu pedido de demissão do Ministério. A Comissão também visa apurar crimes de improbidade administrativa e responsabilidade, no exercício do mandato presidencial.
O segundo pedido de CPI é para investigar os crimes cometidos, alguns confessados por Sérgio Moro no exercício do cargo de ministro. Entre as evidências de crimes praticados por Moro estão: condescendência criminosa, prevaricação, obstrução à investigações e advocacia administrativa.
Na justificativa do pedido de CPI, a deputada Rosa Neide e demais parlamentares argumentam que na condição de ministro da Justiça, Moro era superior hierárquico da Polícia Federal e utilizando-se do cargo atuou para blindar investigações contra si próprio, contra o presidente e sua família.
A peça relata as notícias do site The Intercept Brasil que revelaram que enquanto juiz da Operação Lava Jato, Moro atuou em conluio ilegal com procuradores e delegados da Polícia Federal, orientando investigações, combinando acusações e antecipando julgamentos. Tal conduta criminosa foi demonstrada pelo site por meio de conversas no aplicativo telegram, entre Moro e os representantes do MPF e da PF, na Operação.
Desde junho de 2019, quando as primeiras conversas foram noticiadas, Moro no exercício do cargo de ministro atuou para desqualifica-las e não tomou nenhuma providência para que fossem investigadas. A PF subordinada a Moro até sexta-feira passada, até hoje não abriu nenhuma investigação para apurar o conluio criminoso operado na Lava Jato, conforme demonstrou o The Intercept.
No pedido, os parlamentares argumentam ainda que o ex-juiz precisa ser investigado por suposta corrupção passiva por pedir “pensão” ao presidente eleito Bolsonaro, para renunciar a magistratura e assumir o Ministério. O fato foi confessado pelo próprio Moro na coletiva da última sexta.
O aceite de Moro em assumir o Ministério em troca de indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a omissão do então ministro em não pedir que a PF apurasse atos do presidente como: o apoio à ruptura democrática e outras ilegalidades também devem ser alvos da CPI.
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Assessoria de Imprensa
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